segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Eu sou do meu amado

“Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu”। (Ct 6:3a)
A paz de Cristo। O livro poético de Salomão, Cântico dos Cânticos, apresenta uma linguagem considerada sensual que, fala do amor entre o noivo e sua noiva। Alguns teólogos interpretam o texto como sendo o amor entre Deus e Israel, ou entre Cristo e a Igreja. Eu, particularmente, também acredito nessa figuração proposta entre Cristo e a sua amada igreja formada pelos eleitos. Eu vejo uma declaração de amor profunda da parte do nosso Senhor e Salvador Cristo Jesus, muito bem explicitada por Salomão.

A palavra amor até que ainda faz parte de nossos vocabulários, mas o exercer desse amor, vejo como uma utopia। Uma das mensagens mais poderosas de Cristo e com maior ênfase foi justamente acerca desse sentimento tão importante: o amor. Para nós, cristãos, o amor deve ser muito mais que um sentimento, deve ser um estilo de vida. Um mandamento irrevogável, inquestionável, absoluto. E podemos dizer que as grandes mazelas que a igreja de Cristo enfrenta são justamente pela falta de amor. Ou não é? Falamos mal uns dos outros por não amar ao próximo. Desobedecemos aos líderes por não amá-los o suficiente a ponto de reconhecer neles autoridade investida por Deus. E também temos muitos líderes que com suas atitudes demonstram não exercer o mínimo de amor sobre seus liderados.

Adultérios, divisões, rebeliões, entre tantas outras coisas, têm por essência na maioria dos casos a falta de amor।

Sabemos que existem três tipos de amor:
a) Amor Ágape – É o amor incondicional. É o amor de Deus; (Deus é amor)
b) Amor Fileo – É o amor humano;
c) Amor Eros – É o amor ligado a sexualidade।

O verso em destaque “Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu”, atribuído à amada, em Cânticos é uma afirmação। Podemos interpretar esse texto como sendo uma declaração da igreja ao Rei dos reis e Senhor dos Senhores, o Leão da tribo de Judá, o nazareno. Em relação ao amor de Jesus por nós, sabemos que é um amor infinito, sublime, maravilhoso. Será que o nosso amor por Jesus também é grande? Será que nós que somos a igreja nos amamos uns aos outros de forma verdadeira e como discípulos que somos (ou deveríamos ser)?

Digo isso porque Jesus disse certa feita: "Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis। Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns outros." (Jo 13: 34 e 35)

É interessante que Jesus poderia dizer: Nisto conhecerão que sois meus discípulos: Se falarem em outras línguas... Se tiverem eloqüência no púlpito... Se tiverem uma igreja abarrotada aos domingos... Se tiverem um programa na TV... Não। Ele fez questão de deixar bem claro. Seremos verdadeiros discípulos de Jesus se andarmos em amor e manifestarmos esse amor em nossas vidas uns para com os outros. Sem AMOR nada tem razão de ser. Tudo perde o sentido. O AMOR deve ser o combustível que nos move a cada dia.

O Apóstolo Paulo escreveu um capítulo inteiro sobre o amor: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine। E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. AGORA, POIS, PERMANECEM A FÉ, A ESPERANÇA E O AMOR, ESTES TRÊS, MAS O MAIOR DESTES É O AMOR”. (I Co 13)

Amemos mais uns aos outros. E deixemos toda diferença de lado.
Declaremos a uma só voz: “Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu”।

Em Cristo, com amor,
Anderson Vieira