sexta-feira, 9 de outubro de 2009

As três cruzes no Calvário

“Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à direita, outro à esquerda”. (Lc 23.33 Versão Genebra)

A paz de Cristo. Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade.

Martinho Lutero declarou que a doutrina cristã distingue-se de qualquer outra e, em especial daquela que apenas parece ser cristã, pelo fato de ela ser a doutrina da cruz. A. W. Tozer disse que a cruz de Cristo é a coisa mais revolucionária que já apareceu entre os homens. Concordo plenamente com ambas afirmações. Eu, toda vez que ceio, ao fechar os olhos vejo nitidamente os cravos sendo pregados nas mãos de Jesus e o sangue vertendo. A cruz de Cristo é pra mim a maior prova de amor que Deus poderia conceder-me. É algo que não se pode discernir através da lógica, apenas através da fé no filho de Deus.

Pois bem, três cruzes foram levantadas no monte em forma de caveira no dia conhecido pelos cristãos como “sexta-feira santa”. As três cruzes apontam para três verdades distintas:

1ª Cruz – Cruz da Perdição
Na cruz que estava à esquerda da cruz em que estava Jesus, temos o malfeitor que blasfemava do nosso Senhor e Salvador (Lc 23.39). Esse homem estava sendo crucificado pelos crimes que cometera. Suas palavras de ofensa contra o Mestre revelam o seu caráter e do que está cheio o seu coração. Nem a morte iminente foi capaz de comovê-lo. A incredulidade, a dureza de coração e palavras de baixo calão se apoderaram de seu ser. O resultado foi a perdição. O arrependimento não encontrou lugar em sua vida naquele momento que definiria de uma vez por todas o futuro da sua alma. O malfeitor morreu nos seus pecados. Por isso essa 1ª cruz pode ser chamada de cruz da perdição ou cruz da incredulidade. Se traçarmos um paralelo com os dias atuais, veremos um grande número de pessoas que espiritualmente estão pregados nessa cruz da incredulidade.

2ª Cruz - Cruz da Salvação
Na cruz que estava à direita da cruz em que estava Jesus, temos o malfeitor a quem a tradição deu o nome de “Dimas”. Esse homem na hora derradeira, no confronto com a morte, faz algo notável, surpreendente, algo que nem o povo judeu, nem os escribas e fariseus foram capazes de entender, que é o fato de Jesus possuir um reino e esse reino ser vindouro. Ele viu em Jesus autoridade, poder, glória e majestade. Enquanto a maioria escarnecia de Jesus crucificado, esse homem defende Jesus perante o outro malfeitor e revela temor a Deus (Lc 23.40). Ele reconhece seus próprios pecados e discerne que o sangue de Jesus era sem mácula (Lc 23.41). Então ele se arrepende e solicita entrar no reino de Jesus (Lc 23.42) e a resposta me faz suspirar frente ao computador: “E Jesus lhe responde: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso (Lc 23.43).” Diferente do malfeitor que blasfemou e morreu sem arrependimento, esse homem chamado Dimas se arrepende genuinamente e ouve dos lábios do mestre uma promessa de caráter irrevogável – a salvação da sua alma. Por isso essa 2ª cruz pode ser chamada cruz da salvação. Traçando novamente um paralelo com os dias atuais, também tem muita gente se arrependendo que irá gozar da vida eterna na presença de Deus na Nova Jerusalém – Glória a Deus.

3ª Cruz - Cruz da Expiação, Propiciação, Substituição, Redenção e Reconciliação
Na cruz do centro temos Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Jesus é crucificado entre malfeitores e se cumpre a profecia do profeta messiânico: “...foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu” (Is 53.12). A cruz de Jesus ao centro revela a mensagem principal, o amor incondicional, o pagamento de uma dívida impagável, um evento transcedente e único na história humana. O justo padeceu pelos injustos. “Mas Deus prova o Seu amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8). “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Essa é a cruz da salvação, expiação, propiciação, substituição, redenção e reconciliação. Jamais nos esqueçamos que o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. O SENHOR fez cair sobre Jesus a iniquidade de todos nós. Jamais nos esqueçamos da cruz de Jesus, o Cristo.

No amor d’Aquele que deu seu filho por mim na cruz,
Anderson Vieira

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