domingo, 31 de janeiro de 2010

Ser sal, essencial na conduta cristã

“Vós sois o SAL da terra; ora, se o SAL vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens”. (Mt 5.13 grifo meu - Bíblia Shedd)

A paz de Cristo. No conhecidíssimo sermão do monte, Jesus faz um discurso antagônico à postura de uma falsa prática religiosa da época. O rabi apresenta as bem-aventuranças, prega de uma maneira envolvente e sábia, em padrões que quebram os protocolos estabelecidos na comunidade judaica. Posso até ver, Jesus a falar e a multidão fascinada. A certa altura do sermão, Jesus faz uso de uma metáfora e compara os discípulos ao sal da terra. Sim, sal.

Para discernimos o que Jesus quis dizer, precisamos entender o papel do sal na cultura dos israelitas:

 O sal simbolizava pureza e fidelidade. No AT as alianças eram feitas com o uso do sal – 2 Cr 13.5; O sal significava um pacto incorruptível, inviolável, indissolúvel – Nm 18.19; O sal não pode ser destruído pelo fogo e simbolizava a aliança duradoura entre Deus e Israel. O próprio Deus prescreveu o sal como parte necessária dos sacrifícios – Lv 2.13;

 Até hoje, as batatas e ovos cozidos servidos no Pessach, a Páscoa Judaica, são regados com água salgada que simboliza as lágrimas derramadas pelos judeus na fuga do Egito;

 O sal era essencial, sendo o único meio de preservar alimentos, tais como a carne, o peixe, etc; O valor primário do sal não estava em seu uso como condimento, mas em sua capacidade de preservar;

 Nos dias de Jesus era bem diferente dos nossos dias, o sal tinha um alto valor mercadológico, tanto que os soldados romanos eram pagos com sal, por isso se oriunda o termo salário.

Então, quando Jesus comparou os discípulos ao sal, estava fazendo referência às características que eles deveriam possuir:

 Como cristãos e sal, devemos impedir que este mundo corrompido entre em estado de putrefação espiritual. Devemos conservar as vidas em comunhão plena com Deus, a fim de que, ao ressoar da trombeta, o maior número possível de pessoas encontre-se com Jesus nos ares;

 Como sal, cabe a nós fazer com que a vida de muitos que estão perdidos ganhe sabor, sentido e direção;

 Como sal nós não podemos retroceder, devemos anunciar as boas novas do Reino de Deus, dar bom testemunho, salgar os ambientes em que estamos inseridos como trabalho, faculdade, lar, etc e fazer a diferença como novas criaturas que somos.

Por fim, fica o alerta para que não venhamos a tornar-nos insípidos. Os depósitos de sal, ao longo do mar Morto, contêm não só o cloreto de sódio, mas uma variedade de outros minerais também. Este sal podia vir a tornar-se sem utilidade quando a chuva lavava sua salinidade, tornando-o insípido no correr dos anos. Não permitamos que, com o passar do tempo, nossa vida fique sem sal. Caso isso venha a acontecer, para nada mais prestaremos, senão para, lançados fora, sermos pisados pelos homens (Mt 5.13b).

Deus conta conosco para salgar esse mundo. Ide...
No amor de Cristo,
Anderson Vieira

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Cristianismo sem Cruz

“Mas longe esteja de mim gloriar-me, SENÃO NA CRUZ DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo”.
(Gl 6.14 – grifo meu / Bíblia Shedd)

A paz de Cristo. O cristianismo genuíno anuncia Cristo crucificado e sua obra de redenção consumada na cruz. É fato que a cruz de Cristo é um tema central para o cristianismo, porém, está esquecida para muitos. Não acredita? Procure encontrar livros, músicas, artigos, sermões e pregações com a abordagem da cruz, é certo que encontrará alguma coisa com bastante dificuldade. O mesmo não acontece em relação às mensagens da teologia humanista/triunfalista e da prosperidade, cujos conteúdos são inesgotáveis.

Compreender o poder e a importância da cruz de Cristo é o que garante um evangelho transcendental. É impossível que um cristão convertido olhe para o que Jesus Cristo experimentou naquela cruz fincada no Gólgota com desprezo. A. W. Tozer disse que a cruz de Cristo é a coisa mais revolucionária que já apareceu entre os homens. A própria Igreja é chamada para anunciar a mensagem da cruz. O Dr. Jhon Stott declara que “na teologia histórica cristã, a morte de Cristo é o ponto central da história; para aí todas as estradas do passado convergem; e daí saem todas as estradas do futuro”.

O castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Deus provou o seu amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Que amor magnífico. Conhecer a Deus pela cruz é conhecer o amor incomensurável do Pai.

Agora entendo porque Paulo disse que a palavra da cruz é loucura. Como um blogueiro declarou dias atrás no twitter: “Cristianismo se exerce em cruz: Na vertical, amai o Pai sobre todas as coisas e na horizontal, a seu irmão como a ti mesmo”.

Cristianismo sem cruz é como fogueira de jornal, não se sustenta, logo se apaga.

No amor de Cristo,
Anderson Vieira

sábado, 16 de janeiro de 2010

Cristianismo sem Cristo

(...) Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; MAS NÓS PREGAMOS A CRISTO CRUCIFICADO, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. (I Co 1. 22-24 - grifo meu)

A paz de Cristo. Sabemos que o mundo jaz no maligno (1 Jo 5.19), que o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo (2 Co 4.4), que qualquer um que pregar um evangelho que vá além das Sagradas Escrituras será anátema (Gl 1.9), e por fim, temos conhecimento de que ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo (1 Co 3.11).

O próprio Jesus declarou que sem Ele nada podemos fazer (Jo 15.5), mas mesmo assim, com todas admoestações e orientações, com todo fundamento bíblico no autor e consumador da nossa fé, Jesus Cristo, estamos sendo testemunhas oculares de um “cristianismo sem Cristo”. À semelhança do que fez a Igreja de Laodicéia (Ap 3.20), muitas igrejas também enxotaram Jesus de seus cultos e o rabi está à porta, está a bater e querendo entrar, a fim de ceiar, de restabelecer a comunhão outrora perdida.

A ganância e a força do capitalismo (eclesiástico) expulsaram Cristo do seio da igreja. O apóstolo Pedro ao encontrar-se com o aleijado junto à porta Formosa, disse-lhe que não tinha nem prata e nem ouro, e no nome de Jesus Cristo, o nazareno, ordenou que o mesmo andasse e o milagre foi instantâneo. Muitas igrejas hoje não podem fazer essa declaração de Pedro por duas razões: 1ª) Não podem dizer que não tem prata e nem ouro, visto que suas contas bancárias estão abarrotadas de dinheiro. - 2ª) Não podem declarar como Pedro “em nome de Jesus Cristo”, porque há muito tempo Cristo não é citado em seus sermões. No lugar de Cristo se deu lugar a outras coisas que enaltecem ao homem e ao seu bem-estar.

A Bíblia diz que Cristo é tudo em todos, ao menos deveria ser. Cristo foi tirado de cena e em seu lugar entraram as práticas gananciosas e desenfreadas, o aumento da hostilidade, cobiça, inveja, mentira, ódio...

Antes que alguém venha me apedrejar e diga que a mim não compete julgar as atitudes que escancaradas estão para quem quiser ver no seio das igrejas, esclareço com base na Bíblia que não cabe a nós o julgamento calunioso (Mt 7. 1-2). Quanto a julgar no sentido de discernir, provar, examinar, tomar posição e refutar, é bíblico, aconselho que medite em Jo 7.24; 1 João 4.1; 1 Coríntios 14.29; 1 Tessalonicenses 5.21; etc.

Tragamos Cristo de volta para o cristianismo. Chamemos Cristo para dirigir novamente nossos cultos. Preguemos a Cristo crucificado e sua ressurreição. Como foi dito à Igreja em Éfeso: “LEMBRA-TE, POIS, DE ONDE CAÍSTE, ARREPENDE-TE E VOLTA À PRÁTICA DAS PRIMEIRAS OBRAS; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas” (Ap 2.5 – grifo meu).

Cristianismo sem Cristo é como um relógio sem ponteiros. Não serve para absolutamente nada.

No amor de Cristo,
Anderson Vieira

sábado, 9 de janeiro de 2010

Os passos de Jesus no relacionamento com as pessoas

A paz de Cristo. O homem é um ser social e tem inclinação natural a pertencer a um determinado grupo social. É fato que nunca na história da humanidade se viu tantas pessoas vivendo enclausuradas. Parece-me que não há mais prazer no relacionamento com o próximo, no conversar com alguém, e não estou falando de conversar pelo MSN ou mandar scraps pelo Orkut, estou me referindo ao sentar-se frente a frente, ouvir e ser ouvido. E até mesmo dentro das igrejas é possível perceber esse esfriamento na relação de amizades. Muitos se relacionam apenas se houver o fator chamado “conveniência”.

Mas glória a Deus que quando olho para a Bíblia Sagrada e para Jesus, vejo algo totalmente diferente do que acontece hoje no que tange a tratar e se relacionar com pessoas. Jesus não estava preocupado com a aparência do homem, nem tampouco com a sua conta bancária, nem se determinada pessoa depositava grandes ofertas no templo. Jesus se relacionava com pessoas não por interesse, mas por que às amava. Não importava se era um discípulo que reclinava a cabeça em seu peito ou se era uma mulher flagrada em adultério. Jesus não olhava de cima para baixo para absolutamente ninguém. Não era um acusador. Era o bom pastor.

O escritor Paulo Brabo, em seu livro “Em 6 passos o que Jesus faria”, página 12, faz uma citação que parece escandalizadora, mas que é a pura verdade e tem respaldo bíblico:

“ (...) Jesus, que comia com estelionatários, bebia com agiotas e era amigão de prostitutas, tolerava aparentemente tudo em todos. “Eu não condeno você”, ele ousou blasfemar aos ouvidos da mulher adúltera. O rabi puxava conversa com divorciadas promíscuas, pousava sua mão sobre leprosos de que todos desviavam o olhar e dormia nas camas rendadas de inimigos do povo. O sujeito conseguiu o feito inédito de sustentar a fama de homem de Deus ao mesmo tempo que abraçava os puxadores de fumo, traficantes, travestis e aidéticos do seu tempo (...)”

Creio que Jesus não apenas quer que nos relacionemos melhor como corpo bem ajustado que devemos ser, como também que estendamos a mão para pessoas que carecem ser amadas, ser aceitas. Experimente deixar o aconchego do seu lar e da igreja, e visite um albergue, um asilo, um presídio ou um hospital e verás como as pessoas tem carência de relacionar-se, de receber um abraço, uma palavra amiga.

Olhemos para Jesus, o maior exemplo em relacionamentos.
Em Cristo,
Anderson Vieira