quarta-feira, 23 de março de 2011

“As cisternas da vida espiritual”

“Houve alguma nação que trocasse os seus deuses, posto que não eram deuses? Todavia, o meu povo trocou a sua Glória por aquilo que é de nenhum proveito. Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos! Ficai estupefatos, diz o SENHOR. Porque dois males cometeu o meu povo: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas”. (Jr 2.11-13 Versão Genebra)

A paz de Cristo. A revelação em destaque ocorre com o profeta e sacerdote Jeremias, que profetizou para Judá – Reino do Sul, por volta de 626 a.C, no reinado do rei Josias, que tentou restaurar a adoração ao SENHOR, porém sem sucesso, visto que o povo permaneceu infiel e idolatrando a deuses estrangeiros, despertando a indignação do Todo-Poderoso. A Escritura Sagrada diz que o SENHOR não dará a sua glória a outrem e nem a sua honra às imagens de escultura. (Isaías 42.8)

A verdade indubitável é que Deus é preterido pelo seu povo, eles o deixam. Um ato digno de espanto e horror, eles trocam o Deus de Abraão, Isaac e Israel por deuses que não são deuses. Para que não haja dúvida do quadro de apostasia instaurado, Deus menciona elementos bem conhecidos naquela cultura dizendo que o povo deixou o manancial de águas vivas em troca de cavar cisternas que não retém água. No caso de Judá, as cisternas representavam os deuses estrangeiros que eles estavam rendendo adoração, deuses que assim como as cisternas rachadas são inúteis, vazios. Judá vivenciava total falência espiritual e como tratamento de Deus experimentou o cativeiro.

Quando se fala em idolatria, a maioria das pessoas associa a imagens, esculturas, porém, idolatria é muito mais que isso. Eu defino da seguinte forma: Idolatria é tudo aquilo que indevidamente ocupa o lugar de Deus em nossas vidas.

Nos dias atuais, o que significam as cisternas rachadas na vida espiritual do povo separado para adorar a Deus. Buscando discernimento no SENHOR, encontrei cisternas que podem levar-nos a apostatar da fé no Filho de Deus, são elas:

Cisterna da Idolatria

Naqueles dias cavar cisternas era algo comum. O problema estava no fato de que, ao invés de beber água do manancial, da fonte, água límpida, pura e cristalina, que representa o próprio Deus, o povo de Judá estava espiritualmente bebendo água de cisternas rachadas que representam os deuses estrangeiros, águas com microorganismos, animais mortos, temperatura morna, água incapaz de matar a sede e gerar vida abundante. Água contaminada por ídolos. Semelhantemente sempre que damos mais valor a algo do que a Deus, como por exemplo: práticas cotidianas, trabalho, bens materiais, dinheiro e até mesmo denominação, estamos cometendo idolatria. Isto é uma armadilha sagaz do adversário das nossas almas para que abandonemos o nosso Deus e, por conseguinte, a comunhão com os irmãos na igreja.

Cisterna da Auto-Suficiência

É interessante o fato de que as cisternas eram rachadas. Deus estava querendo dizer que não adiantava o povo D’Ele querer caminhar de forma independente. A cisterna representa a provisão humana, porém, o manancial de águas vivas representa a provisão de Jeová Jireh, o Deus provedor. Paulo ao escrever ao filipenses foi muito claro: “E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades”. (Fp 4.19)
Melhor é depositar as nossas esperanças em Deus, vivendo do fruto do nosso trabalho, crendo que nada nos faltará. O problema de muitos é que basta a vida melhorar um pouco para que abandonem o manancial e comecem a cavar cisternas.

Cisterna das Falsas Doutrinas da Bíblia

Jesus disse: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba”.
(Jo 7.37)

Quando Jesus diz para matar a sede junto a ele, podemos entender que ele está também fazendo alusão à sua palavra, aos seus ensinamentos. A palavra de Deus é a água que flui do trono de Deus e chega até nós.

A partir do momento que abrimos mão dessa fonte de conhecimento inspirada por Deus em detrimento de falsas doutrinas bíblicas, movimentos e tudo aquilo que busque ferir a infalibilidade bíblica, estamos deixando o manancial de água filtrada pelo próprio Deus para bebermos água do rio Tietê e isso afeta a nossa saúde espiritual.

Conclusão

Para a samaritana Jesus disse: “Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna”.
(Jo 4.13-14)

Bebamos desta água chamada Cristo Jesus a fim de perseverarmos na sã doutrina, no partir do pão e nas orações aguardando prontamente que Ele venha nos buscar. Sejamos purificados por essa água. Sejamos limpos pelo SENHOR. Chega de cavar cisternas. Só aceite beber do manancial de águas vivas.

Em Cristo,
Anderson Vieira