terça-feira, 25 de novembro de 2014

Esboço Sermão – O Poder da Oração

Esboço Sermão – O Poder da Oração

Referência João 14.13-14

 INTRODUÇÃO

A Bíblia está repleta de evidencias que demonstram o poder da oração. Milagres aconteceram pela oração. Deus continua ouvindo e respondendo nossas orações, portanto, podemos experimentar também muitas transformações e milagres através da oração.

 I – A BASE DA ORACÃO – O NOME DE JESUS

Jesus disse: “E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei”. (João 14.13-14)
Que tremenda promessa do Senhor Jesus para aqueles que o seguem. À medida que crescemos na intimidade com Ele em nossos momentos devocionais diários, mais o conhecemos e confiamos em suas promessas. Há algumas lições que devemos aprender desta promessa:

 1. Há poder no nome do Senhor Jesus.
Quando Ele afirma “em meu nome” está dando uma garantia de que o Pai ouve e responde. Ha duas implicações nesta afirmação:

 a. Como se fosse o próprio Senhor Jesus pedindo.
Em primeiro lugar devemos entender que o Senhor Jesus é Deus. Para a salvação da humanidade e para a Glória do Pai, Ele assumiu temporariamente as limitações da humanidade, quando veio ao mundo, denominado período de humilhação. Ele é chamado de “unigênito” que significa único gerado e também de “primogênito” que significa primeiro gerado de Deus. Ele foi colocado na posição de sacerdote e único mediador entre Deus e os homens, portanto quando pedimos no nome do Senhor Jesus, há uma garantia de acesso ao Pai.

 b. O Nome de Jesus está sobre todo nome.
Jesus, depois de ter feito toda a obra de resgate e restauração do ser humano e de toda criação, recebeu o nome que está acima de todo nome, e um dia este nome fará todo joelho dobrar e toda língua confessar que Jesus Cristo é Senhor para a Glória de Deus, Pai. Aleluia. (Filipenses 2.5-11)
Quando Ele deu a grande comissão aos seus discípulos, afirmou: Todo o poder me foi dado no céu e na terra (Mateus 28.18). O Senhor Jesus tem todo poder, portanto não há impossíveis para Ele. 

2. Tudo que pedirdes em meu nome eu farei.

Esta frase do Senhor deixa-nos perplexos porque ele começa com a palavra “tudo”. Precisamos interpretar isto de uma forma correta, porque numa interpretação simplória poderemos dizer que o Senhor nos deu uma arma poderosíssima, e podemos utilizá-la quando e como quisermos. 
A Bíblia mostra claramente que homens de Deus não receberam de Deus tudo o que pediram, e todos nós temos experiências de respostas positivas e negativas em nossas orações. 

3. Os Padrões de Deus para a oração.

Portanto é importante conhecer os padrões que Deus estabelece em sua Palavra para respostas às nossas orações. Vou separar alguns:

 a. Santificação.

“Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça”. (Isaías 59.1-2)

O pecado é um dos grandes impedimentos para que Deus ouça nossas orações. Deus é Santo, e é impossível chegar diante dele com nossa vida cheia de imundícia.  Por isso que Jesus como nosso Sumo-sacerdote, abriu caminho ao Pai, pelo sangue derramado na Cruz. Somente purificados, lavados, santificados e justificados no nome do Senhor Jesus e no Espírito do nosso Deus teremos acesso ao Pai. (I Coríntios 6.11)

 b. Vontade de Deus

“E esta é a confiança que temos para com Ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito”. (I João 5.14-15)

O texto afirma que podemos confiar que Deus nos ouvirá, quando pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade. Este é um principio que nos ajuda a entender que Deus tem uma vontade soberana, que está acima dos nossos desejos pessoais. 

Por isso é muito importante termos intimidade com o Pai, no nosso TSD Tempo a Sós com Deus, porque ai conheceremos mais e melhor a Sua vontade. Não só na comunhão, mas a vontade dele está expressa em Sua Palavra. Devemos sempre conferir nossas petições com o que a Palavra de Deus diz.

 c. Sem Egoísmo

“Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres”. (Tiago 4.2-3)

Agora fica mais fácil entender que a afirmação de Jesus “tudo o que pedirdes, eu farei” tem naturalmente algumas limitações, não impostas por Ele, mas resultado do nosso egoísmo e maldade.

O ser humano depois da queda ficou cheio de maldade e egoísmo, e entrou em inimizade com Deus. Imagine se todos os homens, corrompidos por causa do pecado tiverem todas suas petições egoístas respondidas, o mundo estaria num caos pior do que está agora.

Nossa oração é realmente respondida por Deus, quando oramos Segundo sua vontade e não com a motivação errada de gastarmos em nossos prazeres.

II – A CHAVE DA ORAÇÃO - FÉ

“Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem”. (Hebreus 11.1)

 Esta é a definição bíblica de Fé. 

 1. É a certeza de coisas que se esperam.

 A fé não é um salto no escuro. Ela tem que ser baseada em algum objeto seguro. No caso dos cristãos, a fé é baseada na Palavra de Deus. Por isso é certeza de coisas que se esperam. Sabemos do amor, do poder de Deus e de suas promessas, e isto nos ajuda a confiar que Ele é poderoso para responder nossas orações.

 2. É a convicção de fatos que se não veem.

A fé também é algo sobrenatural. É ter convicção de que algo que não estamos vendo acontecerá. 

 3. A Fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus.

“De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus”. (Romanos 10.17)
Duas coisas acontecem quando ouvimos a Palavra de Deus: Em primeiro lugar, a Palavra transmite vida espiritual, e nos fortalece ajudando-nos a crer no poder de Deus. Em Segundo lugar somos confrontados com nossas limitações e entramos numa dependência de Deus que nos ajudará a crer que somente Ele poderá fazer o milagre.

 4. Vivemos pela Fé.

“E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé”. (Gálatas 3.11) 

Para obedecer os princípios da Palavra de Deus precisamos de Fé. Para produzir frutos na vida crista precisamos de fé. Para agradar a Deus no nosso viver diário precisamos de Fé. Para ver o mundo transformado por Deus precisamos de Fé.

 III – O PODER DA ORAÇÃO

“Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!”. (Efésios 3.20-21)

1. Deus é poderoso.

 Deus é criador, controlador e sustentador de todo o universo. A Bíblia afirma que tudo foi criado por Sua palavra. (Hebreus 11.3) Ele disse Haja luz, e houve luz (Genesis 1.3) Não ha impossíveis para Deus. (João 1.37) O nosso Deus é conhecido como o “Todo-poderoso”.  O mais maravilhoso, é que Ele nos ama, e atende a nossa oração. 

 O grande desafio é a nossa incredulidade. Sabemos que Deus tem todo o poder, mas parece que quando estamos no meio de situações difíceis esquecemos que Ele pode transformar todas as situações. Devemos confiar que Ele nos abençoará e nos ajudará quando estivermos no centro da sua vontade.

2. Ele faz além do que pedimos ou pensamos.

 No relato das bodas de Caná da Galileia (João 2.1-11), que foi o primeiro milagre do ministério do Senhor Jesus, houve um problema: o vinho acabou. Jesus mandou encher de agua alguns vasos, e entregou ao anfitrião da festa, e ao experimentar o vinho novo, ele afirmou: Todos costumam pôr primeiro o bom vinho e, quando já beberam fartamente, servem o inferior; tu, porém, guardaste o bom vinho até agora. Verso 10 -  O pessoal simplesmente esperava qualquer vinho, mas Jesus fez o melhor. 

 Deus sempre nos abençoará com o melhor, de acordo com o ponto de vista d’Ele e não nosso. O melhor de Deus sempre será o ideal para nossas vidas. 

 3. Somente Ele é digno de Gloria.

 O texto diz: A ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém! Deus quer ser glorificado em toda a terra, e individualmente em cada ser humano. Por isso que a oração é algo bem pessoal. Você fala com Deus, expondo sua situação e esperando um milagre. Ele faz o milagre e você dá a Ele a Gloria e o louvor. Deus não vai fazer o milagre simplesmente para satisfazer uma necessidade nossa. Tudo que Ele faz é para o louvor da sua Gloria. Jesus afirmou que é para que o Pai seja glorificado: E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. (João 14.13)

 CONCLUSÃO

Com certeza tudo pode ser mudado pela oração. 

A carta aos Hebreus fala de homens e mulheres que pela fé tiveram experiências ponderosas com Deus, e depois de relatar uma sucessão de milagres diz: E que mais direi? Certamente, me faltará o tempo necessário para referir o que há a respeito de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos profetas, os quais, por meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a boca de leões, extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram força, fizeram-se poderosos em guerra, puseram em fuga exércitos de estrangeiros. Mulheres receberam, pela ressurreição, os seus mortos. Alguns foram torturados, não aceitando seu resgate, para obterem superior ressurreição; outros, por sua vez, passaram pela prova de escárnios e açoites, sim, até de algemas e prisões. Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra. (Hebreus 11.32-38)

 Podemos fazer parte desta galeria de heróis da fé, através das nossas experiências com Deus em oração.

Em Cristo,
Anderson Vieira

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Jejum Bíblico, uma prática esquecida

Referência Mateus 4.2

INTRODUÇÃO
A paz de Cristo. Começo este sermão afirmando uma verdade incontestável, o “jejum é bíblico” e está presente no Antigo e Novo Testamento. O “jejum” tinha se tornado uma prática comum entre judeus e foi continuado pelos cristãos da Igreja Primitiva. Segundo o Dicionário Bíblico Strong, jejum em hebraico, aramaico e grego significa primariamente: “abstinência voluntária como exercício religioso”. 

É interessante que o único jejum que Deus exigia do povo judeu era aquele da celebração anual do Dia da Expiação onde simbolicamente Javé se reconciliava com o seu povo escolhido (Lv 23.27). É importante dizer que o sacrifício de Cristo na cruz foi expiatório, apaziguando a ira de Deus de uma vez por todas por nós que fomos lavados e remidos no seu sangue.

Era no Dia da Expiação, dia do jejum público prescrito pela lei mosaica, no décimo dia do mês de Tisri, ou seja, em Outubro em nosso calendário, que o jejum ocorria.

Neste dia, o sumo-sacerdote, líder dos sacerdotes, exercia sua principal tarefa, uma vez por ano ele entrava no Santo dos Santos e oferecia sacrifícios por seus próprios pecados e pelos pecados do povo.
Para o Rev. Hernandes Dias Lopes, “Jejum é fome de Deus”.
Para John Piper, “Jejum é fome de Deus e não apenas pelas bênçãos de Deus”.
Para Martyn Lloyd-Jones (famoso teólogo protestante) “jejum não pode ser entendido apenas como uma abstinência de alimentos, mas deve também incluir abstinência de qualquer coisa que é legítima em si mesma por amor de algum propósito espiritual”.
Na Igreja do Evangelho Pleno na Coréia do Sul, do Pr David Young Cho, no altar está escrito “É proibido jejuar mais de 40 dias”. 
Na Igreja Batista da Lagoinha, o Pr. Márcio Valadão orienta que os membros façam diversos jejuns no decorrer do ano.

Velho Testamento

Apesar de não haver uma ordenança acerca do jejum além do Dia da Expiação, no Antigo Testamento, o jejum era praticado pelo povo de Israel em diversas situações, em especial, em tempos de aflição: 

a. Guerra ou ameaça. Israel jejuou em Betel, na guerra contra os benjamitas (Jz 20.26). 

b. Doença. Davi menciona o jejum por seus inimigos doentes (SI 35.13).

c. Luto. Davi e o povo jejuaram pela morte de Saul e Jônatas (2 Sm 1.12).

d. Penitência. O jejum geral por ocasião da leitura pública da lei por Esdras foi um ato de penitência (Ne 9.1).

e. Perigo iminente. Neemias jejuou quando soube do estado de Jerusalém (Ne 1.4).


Novo Testamento

No Novo Testamento, apesar de não haver um imperativo acerca desta prática do jejum, existem várias menções ao mesmo e pelas palavras de Jesus podemos entender indutivamente que Jesus esperava que jejuássemos, pois ele mesmo disso: “Quando jejuardes” (Mt 6.16) e referindo-se aos discípulos “naqueles dias jejuarão” (Lc 5.35). 

“Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram o rosto com o fim de parecer aos homens que jejuam. Em verdade vos digo que eles já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando jejuardes, unge a cabeça e lava o rosto, com o fim de não parecer aos homens que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” (Mt 6.16-18).

“Disseram-lhe eles: Os discípulos de João e bem assim os fariseus frequentemente jejuam e fazem orações; os teus, entretanto, comem e bebem. Jesus, porém, lhes disse: Podeis fazer jejuar os convidados para o casamento, enquanto está com eles o noivo? Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo; naqueles dias, sim, jejuarão.” (Lc 5.33-35).

“Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum”. (Mt 17.21)





Além disso: 

a. Ana, a profetisa, servia a Deus com jejuns e orações (Lc 2.37). 

b. João Batista e seus discípulos jejuavam (Mc 2.18). 

c. Jesus jejuou (Mt 4.2).

d. A Igreja Primitiva jejuava (At 13.2-3).

e. Paulo jejuava. (At 9.9)

Duração do Jejum

Não há regras fixas na Bíblia sobre quando jejuar ou qual tipo de jejum praticar, isto é algo pessoal. Devemos discernir o tempo de duração que mais se adeque à nossa necessidade.

1 dia - O jejum do Dia da Expiação (Lv 16.29)

3 dias - O jejum de Ester (Et 4.16) 

7 dias - Jejum por luto pela morte de Saul (I Sm 31.13)

14 dias - Jejum involuntário de Paulo e os que com ele estavam no navio (At 27.33)

21 dias - O jejum de Daniel em favor de Jerusalém (Dn 10.3)

40 dias - O jejum do Senhor Jesus no deserto (Lc 4.2)


Existem ao menos três tipos de jejum

Jejum parcial – Daniel 10.3

A pessoa se abstém de certas refeições diárias e de certos alimentos.
Jejum absoluto – Atos 9.9

Neste tipo de jejum a pessoa se abstém de comida e bebida. Não dura mais que três dias.

Jejum sobrenatural sob a direção de Deus – Êxodo 34.28 e 1 Reis 19.8

A Bíblia fala de Moisés e Elias jejuando períodos de quarenta dias, mas estavam em condições sobrenaturais de Deus. 

DESENVOLVIMENTO

Quero falar ao menos de 5 resultados do jejum na nossa vida:

1) O jejum nos faz andar em Espírito. 
Kenneth Hagin disse: “O jejum muda o homem, tornando-lhe mais suscetível ao Espírito Santo”. O jejum mortifica a nossa carne e aflige a nossa alma, levando-nos a andar no Espírito e não satisfazer a concupiscência da carne (Gl 5.16). 

2) O jejum é para nos humilharmos diante de Deus.
Daniel se humilhou durante 21 dias por meio do jejum, teve as suas palavras ouvidas por Deus e foi consolado (Dn 10.1-12).

3) O jejum é para suplicarmos a intervenção de Deus.
Josafá apregoou jejum em todo o Judá, buscou ao Senhor, clamou por intervenção divina, até as crianças e mulheres participaram e a vitória veio sobre Moabe e Amom (2 Cr 20.3).

4) O jejum é para voltarmo-nos para Deus com todo o nosso coração (Jl 2.12,13). 
Joel chamou o povo ao arrependimento com jejuns, choro e pranto a fim de que rasgassem o coração e se convertessem ao Senhor.

5) O jejum é para reconhecermos a nossa total dependência de Deus (Ed 8.21-23). 
Quando os exilados judeus estavam se preparando para voltar a Jerusalém, Esdras convocou um jejum nacional, pedindo a Deus que os guiasse, guardasse e os protegesse.

CONCLUSÃO

O jejum é uma prática que não pode ser esquecida pela igreja. Os grandes reavivamentos bíblicos e na história da igreja foram respostas de oração e jejum. 

No que depender de nós, o jejum bíblico, de prática esquecida, volta hoje a ser praticado para a glória do Senhor. 

Em Cristo e em jejum,
Anderson Vieira

Esboço Sermão – Sopra Espírito

Referência Ezequiel 37.1-14

(*Sermão adaptado do Esboço Original do Rev. Hernandes Dias Lopes)

INTRODUÇÃO

Esta visão do “vale cheio de ossos secos” foi dada a Ezequiel para assegurar aos exilados que as promessas do Senhor jamais falharão. Depois de estar fora de sua terra por tanto tempo, eles sentiam-se como ossos secos; toda sua esperança havia se esvaído. A nação de Israel estava no cativeiro babilônico e não podia levantar-se pelo seu próprio esforço. Não havia vida neles. Ou Deus se manifestava ou estariam completamente perdidos.

Só Deus poderia agir na vida da Nação de Israel e só Deus pode operar algo sobrenatural na vida da igreja através do Espírito Santo. É Deus quem nos restaura. Dele vem a nossa cura. Dele vem a nossa libertação. É Ele quem põe de pé o prostrado! O caído. Dele vem a nossa restauração.

DESENVOLVIMENTO

I. A NECESSIDADE DE RESTAURAÇÃO

1. O povo de Deus estava desprovido de vida espiritual
- O profeta Isaías ao comtemplar a condição espiritual da nação, disse: “Este povo está enfermo da cabeça aos pés”. Isaías chamou o povo ao arrependimento, mas ele não quis ouvir. “Quem creu…”
- O profeta Amós olhou para o povo e viu que o culto estava sem vida, a música era apenas um barulho estridente aos ouvidos de Deus e chamou a nação ao arrependimento, mas eles não quiseram ouvir.
- O profeta Oséias olhou a para nação e viu sua infidelidade, sua instabilidade espiritual, sua depravação moral e chamou o povo ao arrependimento, mas eles não quiseram ouvir.
- Deus mandou o profeta Miquéias e este concluiu que o povo estava enfadado de Deus. O povo não quis ouvir.
- Deus enviou o profeta Jeremias e este chorou porque o povo havia abandonado a Deus.
Deus falou mil vezes: chamou, aconselhou, exortou, mas o povo não quis ouvir. Deus chamou o povo pelo amor e este não veio. Então, Deus mandou o açoite, o chicote, a espada, o cerco do inimigo, o cativeiro. A Assíria e a Babilônia vieram e levaram o povo para o cativeiro.
- Agora, Ezequiel vê os resultados da desobediência, os frutos amargos da rebeldia. Agora estava ali um monte de ossos secos, sem vida, sem esperança. Era a maquete da desesperança, o retrato de um povo caído, com a esperança morta.
- O v. 11 diz que os ossos secos eram todas a casa de Israel. 

2. O povo de Deus estava disperso
- Havia falta de vida e também falta de comunhão. 
- O pecado separa, divide, afasta as pessoas. Eles estavam não apenas sem vigor, mas também dispersos. Há falta de comunhão. Há fissuras na comunhão. - Há muros que nos separam, feridas abertas nos relacionamentos, distância uns dos outros.

3. O povo de Deus estava como um vale de ossos secos
- Esta era a condição de Israel e a situação de muitos crentes hoje, ausência de vida, de entusiasmo, de prazer na Casa de Deus, de deleite na oração. 
- A vida abundante que Cristo oferece parece estar ausente. 
- O poder do Espírito Santo parece ser algo desconhecido. 
- Muitos crentes estão dormindo. Outros estão imitando e amando o mundo. Outros estão flertando com o pecado. Outros estão apáticos às coisas de Deus.

4. O povo de Deus manifestava sinais de morte

a) Um morto não tem apetite – Uma pessoa morta espiritualmente não tem fome e sede de Deus. Ele não tem prazer na leitura da Bíblia. O culto para ele é uma canseira. Uma pessoa morta não sente saudade de Deus, não ama a Deus, não busca em primeiro lugar as coisas lá do alto. O que a atrai são os prazeres do mundo, a fascinação da riqueza.

b) Um morto é insensível – Deus fala, chama, exorta, mas o morto espiritual não escuta. Ele não se constrange com o amor de Deus nem se abala com o fogo do inferno. 

c) Um morto não tem ação – O morto não se levanta, não trabalha para Deus, não tem tempo para Deus.

d) Um morto espiritual é onde a vida de Deus está absolutamente ausente – Um morto espiritual é como um “zumbi”, parece que tem vida, mas está morto. Israel já estava como um monte de ossos sequíssimos. Talvez haja pessoas espiritualmente mortas aqui. Estão vivas, respiram, mas estão espiritualmente mortas.

II. O AGENTE DA RESTAURAÇÃO

Deus é quem age milagrosamente levantando os mortos da sepultura espiritual
- Deus perguntou ao profeta: “Filho do homem poderão reviver esses ossos?”. Os céticos diriam: impossível. Os incrédulos diriam: Jamais! Mas Ezequiel disse: “Senhor Deus, tu o sabes”. Se Deus quiser, os mortos se levantam. Se Deus quiser o leproso fica limpo. Se Deus quiser, o paralítico anda. Se Deus quiser, o bêbado se torna sóbrio. Se Deus quiser, o drogado fica livre. SE Deus quiser, o feiticeiro corre arrependido para os braços de Jesus. 
- Deus pergunta hoje: é possível a nossa igreja receber uma poderosa restauração? É possível esta igreja ser cheia do Espírito Santo? É possível nossos pastores serem tochas acesas nas mãos do Senhor? É possível termos líderes cheios da unção do alto? É possível termos jovens santos? É possível termos famílias piedosas? É possível esta igreja ser uma igreja de oração? É possível esta igreja ser uma ganhadora de almas?
- Ezequiel respondeu: “Senhor Deus tu o sabes!” Se Deus quiser Ele inflamar esta igreja.

III. O INSTRUMENTO DA RESTAURAÇÃO

1. A Palavra de Deus
- Deus então diz: “profetiza a esses ossos: ossos secos ouvi a Palavra do Senhor” (v. 4). Deus chama os mortos pela Palavra. Não há outro instrumento. Hoje muitas igrejas têm abandonado a Palavra, têm pregado outro evangelho, têm pregado o que o povo quer ouvir. Mas se queremos ver os mortos recebendo vida, se queremos ver conversões verdadeiras, precisamos pregar a Palavra. Há poder na Palavra!
- A Palavra é o poder de Deus para a salvação. A Palavra deve ser pregada com lágrimas e no poder do Espírito.

2. O Espírito Santo
- O v. 5 diz que é quando o Espírito entra nesses ossos é que eles recebem vida.
- O v. 9 diz que quando o Espírito vem e assopra sobre os ossos secos, eles recebem vida.
- O v. 10 diz que quando o Espírito entrou neles, eles se levantaram como um exército.
- Precisamos do sopro do Espírito trazendo vida, levantando os caídos, ressuscitando os mortos espirituais.
- É o Espírito Santo quem regenera, quem convence de pecado, quem nos batiza no corpo, quem nos dá nova vida.

IV. O PROCESSO DA RESTAURAÇÃO

1. Ruído
- Houve um ruído, um barulho, uma agitação. Mas isso ainda não é vida. Restauração não é barulho, agitação, estardalhaço, gritaria, emocionalismo. 

2. Ajuntamento
- Os ossos que estavam espalhados se ajuntaram. Voltaram às suas origens. Ficaram em ordem. Mas ainda eram ossos secos, sem vida, sem fôlego.

3. Tendões e carne
- Eles agora estavam de pé. Agora tinham uma estrutura. Agora pareciam gente. Mas ainda estavam mortos. Podemos ter estrutura, doutrina, preceitos, mas ainda falta vida. Podemos ter religião, podemos frequentar a igreja, mas precisamos de vida!

4. Pele 
- Agora eles tinham aparência, beleza, formosura, mas ainda estavam mortos. Eram cadáveres. Você pode parecer filho de Deus e não estar vivo.  Os fariseus eram bonitos por fora, mas estavam mortos como túmulos caiados. É preciso mais, é preciso que o Espírito Santo nos vivifique!

5. O Espírito entrou neles e viveram e se puseram em pé, um exército sobremodo numeroso
- Só o Espírito pode regenerar a alma. Só o Espírito pode transformar sua vida, só o Espírito pode trazer restauração em nosso meio. Só o Espírito pode fazer jorrar rios de águas vivas dentro de nós. Só o Espírito Santo pode nos dar poder e fazer esta igreja levantar-se como um poderoso e numeroso exército!

V. OS RESULTADOS DA RESTAURAÇÃO

1. Os ossos secos passaram a viver e se puseram em pé - v. 10
Deus pode nos levantar. Deus nos pode unir. Deus pode nos dar um só coração, um só propósito, para sermos nesta igreja como um exército do Senhor, a nos levantarmos em nome do Senhor, para fazer a obra do Senhor.


2. Os ossos secos saíram da sepultura existencial – v. 12-13
Não importa quão profunda seja a sepultura existencial em que você se encontra. Em que buraco existencial você se enfiou. O Espírito Santo pode quebrar o poder da morte em sua vida e fazer de você uma pessoa livre, cheia de vida!

3. Comunhão íntima e contínua com Deus 
A nossa maior recompensa é Deus. Nossa maior herança é Deus. A vida eterna é conhecer a Deus. O céu é comunhão com Deus. O Espírito nos tira da morte e nos restaura para termos comunhão com Deus. 

CONCLUSÃO
Uma experiência profunda com Deus – v. 6,13,14
- Então sabereis que eu sou o Senhor (v. 6)
- Sabereis que eu sou o Senhor, quando eu abrir a vossa sepultura e fizer sair dela, ó povo meu (v. 13).
- Porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos estabelecerei na vossa própria terra. Então, sabereis que eu, o Senhor, disse isto e o fiz, diz o Senhor (v. 14).
- Deus quer soprar vida em nosso interior neste momento. Quer acabar com toda sequidão que tem assolado a nossa alma. O Senhor quer fazer de nós um exército poderoso.
Sopra Espírito. Sopra Senhor. Vem dos quatro ventos ó espírito e traga vida sobre nós (v.9)

Em Cristo, 
Asp. Anderson Vieira